O menino, a lembrar um socó na beira do rio, equilibra-se, como o pássaro nos galhos secos dum pau caído, sobre a guia entre a ciclo e a rodovia. Um mísero espaço quase-seguro rente à bocarra descarnada do perigo. O socó sai do galho quando uma piaba reboja à flor d`água. O menino, quando o sinal cor-de-esperança fecha e o cor-de-sangue abre. Ambos têm um nada de tempo. O socó voa, mergulha e retorna ao galho. Piaba no bico. O rio respira a paz no silêncio dos estirões. O menino salta da guia para o asfalto. Malabares enormes na mão pequerrucha. O asfalto respira o ar quente das máquinas tensas ao sol do meio-dia. Às costas do menino, que se atrapalha com as peças, o sinal cor-de-medo acende.
terça-feira, março 13, 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
O socó vive seu ciclo e o menino... incompleta seu destino.
Carinhos querido Edilson
Passando, rapidamente, para deixar um alô.
Mauro/Taxitramas
Há braços!!
Lembranças são como um saco sem fundo; boas ou más, acabam sempre saltando pra fora.
hábraços
meninos dos sinais (ou dos faróis) são personagens modernos de uma comédia farsante e burlesca que insiste em não ser vista como tragédia. 1 abraço meu caro.
Incrível como as imagens se desenharam e saltaram, sem aviso, de um mundo ao outro. O menino arriscando. A vida. Dentes afiados e o perigo aberto.
Vem me visitar?
Beijos, beijos
__Felícia__
Olá, Edilson!
Não quis mais voltar ao meu modesto blog?! Rs!
Precisa nem dizer a qualidade dos seus escritos, né?!
Abraço!
Postar um comentário